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terça-feira, 24 de março de 2015

sua imagem calmante para o coração.

O ruim do amor é que, quando estamos longe do nosso bem querer, somos tomados pela ansiedade. Mas, falando especificamente de você e para você, digo que nesses momentos, em que o coração desafia todo o nosso ser e busca, até imprudentemente, se aproximar, momentos esses como o de agora, basta olha para uma foto sua, uma palavra sua dita em mensagens antigas, em bate-papos virtuais, basta ver algo seu para que esse coração tão sofrido e desesperado se acalme e volte a ocupar seu lugar: dentro do peito. Sem voz para gritar, sem pernas para correr, sem braços e mãos para alcançar seu maior desejo. Mas assim mesmo, dentro do peito. Escondido, batendo, esperando.

24/03/15

quinta-feira, 5 de março de 2015

eu e meus 14 anos.

Por que eu não consigo aprender? Eu deveria, de vez em quando, ser mais egocêntrica. Porque, de tanto pensar nos outros, eu acabo não pensando em mim, e deixando a minha felicidade em função deles, sempre em segundo plano. A consequência disso tudo é que, além de eu me deixar em segundo plano, os outros acabam me deixando também e é mais fácil você ser usado, dessa forma. Você acredita tanto na inocência das pessoas, que tem a má sorte de nunca encontrar gente assim. Pelo contrário: só gente maldosa e que realmente quer o mal dos outros. Mas o desastre acontece quando você começa a se tocar das burradas que faz consigo mesmo e acaba se fechando para as pessoas, exatamente por não confiar mais nelas. Quando isso acontece, você pode se tornar numa pessoa fria. Quando você não se torna uma pessoa fria, se torna triste.
?/?/2004

os detalhes e a ditadura.


A gente percebe a amizade (ou a falta dela) naqueles mínimos detalhes. Da mesma forma acontece com o amor. Ele é como aqueles típicos bordões: "Quando não é oito é oitenta", ou "tenha tudo, ou não tenha nada", ou tantos outros por aí... É aquela coisa simples: ou sente ou não sente. Pronto! E, se é pra não sentir, podemos aplicar aquela famosa frase tão entoada durante o período da ditadura, sobre o Brasil: "Ame-o, ou deixe-o." Os tempos são outros, mas algo é certo. Há coisas na vida em que não se existe meio termo.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

cansaço.


Estou cansada. Cansada de estar triste todos os dias, de chorar por dentro todos os dias, de explodir minhas lágrimas pra fora de mim quando não agüento mais guardá-las. Estou cansada de evitar nomes, evitar assuntos, evitar pessoas, evitar lembranças. Tudo isso pra evitar essa tristeza que quase já faz parte de mim. Estou cansada dessa ditadura que impus a mim mesma, mas que é a única opção que eu tenho. Estou tão cansada, tão cansada dessa vida que só sabe dar voltas ao redor da solidão, das memórias ruins, da traição! Estou cansada dessa esperança repugnante, que me faz refém de sua roleta russa, que me maltrata, me tortura e me mata um pouquinho mais a cada dia. Também estou cansada de ver essa esperança ser sepultada, do meu lado. Sinto que minha vida já não é minha, ou não existe mais, e ninguém se deu conta – só eu. Me sinto uma intrusa nessa vida e morte, que não me libera para o descanso, nem para a ação. Sinto falta de um sorriso sincero, de não ter medo das minhas lembranças, de levar as rédeas da minha vida. Sinto falta de ter uma vida. Estou cansada de ser uma pessoa triste. Muito cansada. Porque isso dói. Principalmente quando choro também por saber que nada vai mudar; que eu estou viva, mas já morri pra sempre.
26/11/12

sexta-feira, 13 de abril de 2012

o tempo e o fogo.

O tempo passa como o fogo em uma linha de querosene. Rápido, implacável. Independe da gente, ou de qualquer um. Ele simplesmente passa, corre e para. Próximo ano, chego aos 23 e, daqui a algumas horas, aos 40, com sorte, aos 80. É só o tempo de eu fechar os olhos e abrir. E o que estava no caminho virará cinzas ou ainda permanecerá, quando eu abrir os olhos? E, agora, quando os abro, ainda o posso ver?

terça-feira, 10 de abril de 2012

fadas não existem.

Aí a gente acaba sendo aquilo contra o que sempre lutou. Como naquele dia, em que, na escola, o menino que a gente gostava acha uma outra menina mais bonita. Mas isso não foi tão ruim. Não vai acontecer de novo, porque a gente está se resguardando. Então, anos depois, aquele garoto que, sem saber, nos fazia sentar na arquibancada do colégio e assistir a um jogo de futebol, aquele mesmo garoto que atraiu nossos passos na multidão durante aquela festa, aquele mesmo, cujo sorriso grande e risonho animava a qualquer ser passante, começa a namorar uma garota que não é você. Ou aquele outro, que era nosso inimigo-mirim na segunda série, que reaparece no seu convívio - dessa vez lindo, gentil, atencioso e inteligente. E, com algum tempo de amizade, você se vê apaixonada. Apaixonada por aquele canhoto chato que te enchia o saco aos sete anos. Os anos passam, o sentimento fica. E o objeto de seus pensamentos torna sua amiga o objeto dos pensamentos dele. Tudo bem. A vida não é mesmo um conto de fadas. Ou pode ser, mas apenas nos contaram e lado bom e fantasioso do mundo delas. Acredito que nem as fadas são privilegiadas com tantos e unânimes finais felizes. Se são, gostaria de de ser uma. Mas fadas não existem. Só a vontade infinitamente forte de que seus contos sejam esboços fiéis das histórias de nossas vidas.
?/03/12

segunda-feira, 9 de abril de 2012

semelhante atrai semelhante.

Hipocrisia é não gostar nem de assistir filmes que, de alguma forma, contemplam a infidelidade; é não gostar de lembrar da época em que o casamento de seus pais foi desfeito devido à atitude de seu pai de escolher uma mulher qualquer, ao invés de sua mãe, e traí-la constantemente; é criticar essa atitude desonesta, infiel, mentirosa e baixa de seu pai (apesar de ainda amá-lo) e fazer e-x-a-t-a-m-e-n-t-e a mesma coisa aos 22 anos e algumas horas apenas. Isso me faz pensar que uma árvore ruim não pode dar frutos bons. Isso me fez queimar minha mão e, por todo tempo, lembrar da dor que o fogo causa toda vez que vejo ou sinto as feridas. Sei que quem vive em um abismo não pode ter frutos do alto, ou sequer respirar um ar mais suave. Enquanto se estiver embaixo, apenas se terá o que nem mesmo os bichos quiseram, que jogaram fora, por estar podre. E as únicas companhias serão aqueles que também decidiram fazer o errado, o baixo, o infame. E também animais mortos, tão desprezíveis quanto os urubus. Em ambos os casos, encontra-se algo em comum: a mesma falta de caráter e de bons sentimentos. Enquanto rejeitar voos altos, como os da águia, se rastejará, como uma serpente, encontrando-se e relacionando-se apenas com sua própria especie. Cobras são peçonhentas. Por isso não combinam com ovelhas, que acreditam, caem e morrem por tudo.

filho de peixe que trai peixinho traidor é.

São prantos regando o nada, mentiras se tornando verdade. Quando aquele amor jurado para uma vida se torna falso? Em que momento se cruza a linha e não se olha para trás? Em qual momento a decisão de se deixar a esperança deve ser tomada? Qual foi o momento em que se deixa de ser amada e se torna a moça traída, que não acredita no que acabou de acontecer e nem em como aconteceu? Em que momento o chão se escondeu de seus pés e levou consigo todas as respostas? Antes do agora todas e tantas perguntas surgiram! Mas quando foi? Quando a consideração, a lealdade e o amor evaporaram do caráter dele, como se fossem gotas d'água em um dia de extremo calor? Quando o calor se tornou algo tão forte para acabar com essas três coisas, tornando-as apenas em gotas de água na superfície do asfalto? Elas eram reais ou minha visão que estava enganada? Vendo turvamente, mas achando que as formas fossem mesmo sinuosas e de cores diluídas. A culpa foi minha, que não usei óculos? Às vezes penso que deveria parar de pensar, mas as perguntas continuam insistindo em permanecer em mim. E as respostas continuam escondidas, assim como o chão. Às vezes penso que as perguntas não teriam nascido se, desde o início eu tivesse lembrado que filho de peixe peixinho é. E quem trai uma vez trai mil. Trai com qualquer uma, com qualquer desconhecida. E depois a escolhe para substituir alguém que nunca terá substituição - ou nunca teve qualquer importância. Tal pai, tal filho. Seria esse um novo caráter se formando ou apenas o caráter verdadeiro querendo, finalmente, mostrar-se para o mundo?
07/04/12

eu.

Vou ser sincera. Não sou bonita. Meu cabelo é bonito, mas eu não sou. Tenho muitos defeitos físicos e uma marca horrível na perna esquerda. Só tenho a sobrancelha legal até a metade. Tenho a pele oleosa e, as espinhas resolveram brotar no meu corpo, numa idade bem estranha: após os 20 anos. Não tenho grana, Portanto, minhas roupas definitivamente não são as mais legais, nem as mais bonitas, fato que não deixa com que elas disfarcem essa "belezura" que sou. Não sei cantar, dançar ou jogar qualquer coisa. Sou desengonçada e, quando tento qualquer uma dessas peripécias, viro apenas o ícone ridículo do momento. Resumindo: meus atrativos são inegavelmente escassos. Quem souber de algum, avise, por favor, para que eu possa anotar - é válido ressaltar que a minha memória não é muito minha amiga e essa lista não é nem de longe grande. O choque é que, apesar de eu ser só este ser vivente, muitos homens (bonitos, viu?) de fato veem alguma coisa em mim! Eu gostaria de saber que coisa é essa, mas, aparentemente, só eles a enxergam. Cheguei à conclusão de que a falta de atrativos pode ser um grande atrativo e, até um As na manga. Mas eu estou tão bem com a minha certeza de inferioridade que esses assédios me incomodam profundamente. Acredito em um único amor para mim e, se esse amor não existe (ou não existe mais) na minha vida, cheia de pedaços jogados e sem jeito, não estou interessada em qualquer outro pseudo-amor. Eu sou isso mesmo. Sou insegura, mas, quando sou bem resolvida, o sou de verdade. Ou é amor, ou não é nada. De pseudo, eu quero só tristezas. E mentiras, só as que há muito já enterrei.
05/04/12

domingo, 8 de abril de 2012

maldito.

Hoje é o dia do clamor. Hoje é o dia em que a única esperança é que todas as outras caiam no abismo. A esperança dói mais do que todas as dores. A única coisa boa é que a dor faz com que eu me aproxime mais de Deus. Hoje é o dia dos absurdos e, eu não sei se eu me arrependeria deles depois. É o desejo da minha alma parar de chorar. Eu só queria uma resposta, um "não" definitivo, em caps lock e com ponto final. Não toda essa esperança adolescente que esconde um grande "sim", com muitos pontos de exclamação depois. O que eu queria era simplesmente aquele que meu coração nomeou como único e eterno e que, na sua ausência, faz a negação ter a maior importância de todas. Quero o não que me faça colocar de volta os pés no chão, a cabeça no lugar e minha vida no rumo. Quero o não que me liberte desse amor desgraçado, que só existe para me provocar essas náuseas constantes toda vez que meus pensamentos pairam e param naquela imagem tão desejada. Maldito seja meu coração por um dia ter amado. Maldito seja meu coração por um dia ter sido traído e trocado. Maldito seja meu coração por ser rejeitado e pisado todos os dias. Maldito seja meu coração por estar batendo dentro de mim. Maldito seja meu coração por estar batendo em mim. E me fazendo sentir novamente como aquela iguaria fina que, uma vez posta para fora, torna-se apenas um vômito, algo desprezível e que ninguém volta a tomar. Coração, maldita seja sua primeira batida. Mas bendita será a sua última. Nesse dia, finalmente serei também bendita e livre do cárcere em que esse meu coração me trancou.
04/04/12