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terça-feira, 27 de novembro de 2012

cansaço.


Estou cansada. Cansada de estar triste todos os dias, de chorar por dentro todos os dias, de explodir minhas lágrimas pra fora de mim quando não agüento mais guardá-las. Estou cansada de evitar nomes, evitar assuntos, evitar pessoas, evitar lembranças. Tudo isso pra evitar essa tristeza que quase já faz parte de mim. Estou cansada dessa ditadura que impus a mim mesma, mas que é a única opção que eu tenho. Estou tão cansada, tão cansada dessa vida que só sabe dar voltas ao redor da solidão, das memórias ruins, da traição! Estou cansada dessa esperança repugnante, que me faz refém de sua roleta russa, que me maltrata, me tortura e me mata um pouquinho mais a cada dia. Também estou cansada de ver essa esperança ser sepultada, do meu lado. Sinto que minha vida já não é minha, ou não existe mais, e ninguém se deu conta – só eu. Me sinto uma intrusa nessa vida e morte, que não me libera para o descanso, nem para a ação. Sinto falta de um sorriso sincero, de não ter medo das minhas lembranças, de levar as rédeas da minha vida. Sinto falta de ter uma vida. Estou cansada de ser uma pessoa triste. Muito cansada. Porque isso dói. Principalmente quando choro também por saber que nada vai mudar; que eu estou viva, mas já morri pra sempre.
26/11/12